escrita dramática e ansiedade


A escrita tornou-se algo dramático. De prática para complexa. De um refúgio, para uma obrigação para comigo, para me sentir bem comigo mesma. 

Faz um ano que a escrita para mim não faz sentido, já fez mais confesso. Faz um ano que pus as malas à porta de casa e deixei o meu lar, à procura de um mundo melhor, ao lado de um amor tão verdadeiro e tão bonito, precisamente um ano que nunca deixei de lutar e hoje, sinto-me derrotada. A escrita para mim sempre me agarrou e empurrou para que nunca caísse no abismo da depressão versus ansiedade e o que se torna certo é que a ansiedade e o stress foram maiores que todo o resto. 

Eu pensava e jurava que estava bem, mas eu não tinha vontade para escrever nem para sair da cama. Num ano eu tive experiências negativas no mundo do trabalho, mas não me deixei ficar e lutei para que, pelo menos tivesse um negócio só meu. Na verdade, eu sou multi-tarefas, embora algumas estejam em standby por enquanto.

Não quero revelar o que tenho andado a pensar mas espero atingir os meus objetivos enquanto profissional e a nível pessoal. Embora, neste momento, eu precise de me agarrar às poucas coisas que ainda tenho na vida. Não vou deixar a ansiedade tomar conta de mim e da minha mente como esta tem feito. Eu sou superior a isto e muito mais. Contudo, também caio como toda a gente. 

Eu não me consigo olhar no espelho e sentir “esta sou eu”. Os lembretes no telemóvel já são cada vez mais, para tomar a medicação a horas e não me esquecer de nenhum compromisso e, eu antes era aquela pessoa que lembrava os outros de tudo, mas o meu estado mental já se encontra tão exausto que todo o resto deixou de fazer sentido. Eu já não sei mais pelo que luto. Para ser feliz? Eu sinto-me feliz, mas não acho que seja uma pessoa feliz. O meu coração encontra-se dividido por mil e uma razões. Eu gostava mas não tenho. Eu queria mas não posso. Eu sou apenas mais uma daquelas pessoas em que está num pais a tentar sobreviver. Embora isto me custe dizer, eu estou repartida num pais que não valoriza nada. Que a sociedade olha de lado todos e mais alguns, com isto, ninguém está a salvo na sua própria pele. Ninguém conhece ninguém, todos têm um lado obscuro e eu, não sou diferente. Mas todos poderiam ter um lado bom, mas não têm porque não querem. Não lutam. Não fazem. E, não conseguem ser. Ser boa pessoa exige muito do nosso ser, por isso é que cada vez mais pessoas cometem crimes, se tornam más ou simplesmente, fazem tudo pela calada. Que triste. É este o mundo em que vivemos. 

Se este texto fez sentido? Não sei. Também gostava de saber.


(texto escrito em janeiro de 2020) 


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